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Módulo II do curso de Letramento Racial do TCE/SC aborda a branquitude e seus privilégios

ter, 24/09/2024 - 15:57
Foto de várias pessoas em pé, uma ao lado da outra, em uma sala de aula, durante o segundo módulo do curso de Letramento Racial. Entre os presentes, a professora Carolina Cavalcanti do Nascimento e membros do TCE/SC.

O Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) concluiu, neste mês, o módulo II do curso de Letramento Racial, com o tema "branquitude". O curso tem o objetivo de proporcionar um entendimento crítico sobre questões raciais e estimular a adoção de práticas antirracistas no ambiente de trabalho. 

O segundo módulo, que ocorreu nos dias 9 e 16 de setembro, abordou a branquitude, suas origens e os impactos sociais que se impõem até os dias atuais. A professora Carolina Cavalcanti do Nascimento, doutora em Educação Científica e Tecnológica e especialista em Educação Ambiental, responsável pela condução das aulas do módulo II, enfatizou a relevância de centralizar as pessoas brancas no debate racial, fazendo-as reconhecer seus privilégios e seu papel na estrutura racista da sociedade. 

“Qualquer ação, qualquer tipo de estímulo que traga o debate sobre as relações raciais no Brasil, em especial em instituições públicas, como o Tribunal de Contas, é essencial”, afirmou Carolina. 

Ela explicou que o objetivo desse módulo foi tirar do foco exclusivo as mazelas enfrentadas pelas pessoas negras e trazer a branquitude como responsável pela manutenção da estrutura racial. "O objetivo do curso é fazer com que as pessoas brancas se reconheçam como racializadas, como pertencentes a um grupo racial que tem privilégios sociais e raciais. E, a partir desse reconhecimento, que elas possam agir de forma concreta para combater o racismo.” 

Carolina destacou ainda a importância de entender como os brancos, especialmente aqueles em cargos públicos, podem usar seu espaço institucional para promover a mudança. “Um sujeito branco, ocupando um cargo público, está representando a sociedade. Para que a instituição deixe de ser racista, as pessoas precisam deixar de ser racistas. Esse é um processo que começa com a conscientização individual e se reflete em ações dentro e fora do ambiente de trabalho”, afirmou. 

Impactos para os participantes 

Para os servidores participantes, a experiência do curso tem sido transformadora. Michelli Zimmermann, da Diretoria de Atos de Pessoal (DAP), compartilhou como a abordagem do curso expandiu sua visão sobre a questão racial: "Depois de entender que o racismo é estrutural no primeiro módulo, aprendi que também carrego racismo em mim. Esse aprendizado é um processo de conscientização que se desenvolve aos poucos, e me sinto muito grata por essa oportunidade dentro do meu ambiente de trabalho." 

Sabrina Maddalozzo, servidora do Gabinete da Presidência (GAP), também destacou o impacto do curso: "O letramento racial é fundamental para que tenhamos consciência do racismo que nos cerca. No segundo módulo, debatemos a fragilidade branca e o pacto narcísico da branquitude, e discutimos formas de exercitar constantemente o combate ao racismo." 

A professora Carolina observou o engajamento dos servidores participantes: “As pessoas que se comprometeram a estar aqui foram muito participativas, abertas, mostraram suas dificuldades, mas também uma grande vontade de superar esses desafios.” 

Ela reforçou a importância do compromisso contínuo com o aprendizado antirracista: “Acho que seria muito importante que as pessoas que realmente se colocam como não racistas participassem desses cursos, estivessem comprometidas com o que falam, com o que dizem. O letramento racial não é só uma questão de conhecimento teórico, mas de transformação prática e pessoal.” 

Perspectivas para o próximo módulo 

O curso de Letramento Racial ainda terá um terceiro módulo, que abordará as "Políticas de Ações Afirmativas", tema que visa capacitar os participantes para implementar práticas inclusivas e equitativas nos espaços institucionais.  

As servidoras aguardam com expectativa o próximo módulo. Michelli conclui: "Estou ansiosa para continuar essa jornada e avançar um pouco mais. Afinal, como diz Angela Davis, 'em uma sociedade racista, não basta não ser racista, é necessário ser antirracista'." 

Qualquer servidor ou colaborador do TCE/SC pode inscrever-se para participar do curso. Basta acessar o link do módulo 3, que será divulgado em breve.  

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