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Auditoria do TCE/SC mostra impacto da pandemia no ensino médio e a falta de cursos profissionalizantes

ter, 16/08/2022 - 15:58

VINHETA TCE INFORMA 
 

(OUÇA

LOCUTOR: O Pleno do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC) aprovou por unanimidade, na sessão telepresencial desta segunda-feira, dia 15, o relatório da auditoria operacional que mediu os reflexos da pandemia de Covid-19 na educação de nível médio em Santa Catarina.

O trabalho produzido pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE) apontou caminhos para que sejam minimizados os impactos e avaliou as ações que estão sendo planejadas para a melhoria dos níveis educacionais.

O planejamento e a execução do estudo ocorreram entre abril e outubro de 2021. A auditoria detectou baixo índice de retorno de alunos de 15 a 17 anos às atividades escolares e também a insuficiência de oferta de vagas de cursos profissionalizantes na rede estadual.

No mais recente edital, foram ofertadas 2.403 vagas, diante de um número de inscritos de 6.888. Ou seja, a oferta cobriu apenas 35% da demanda reprimida, que chegou a 4.485 alunos.

Realizado pelos auditores fiscais Paulo Tefili Filho e Alexandre Thiesen, o estudo mostra que quanto menor a renda familiar, maior tende a ser a exclusão escolar. Outro ponto é que na faixa etária relativa ao ensino médio, os estudos não fazem parte do projeto de vida de grande parte dos alunos com baixa renda familiar e que se encontram fora da escola. O desinteresse também está associado à falta de atratividade do modelo atual de ensino.

A diretora de Atividades Especiais do Tribunal, Monique Portela, revela que os problemas encontrados pela auditoria já existiam antes da pandemia.

(Sonora Monique Portela)
É importante trazer que essa auditoria operacional realizada na área de educação foi pensada no período de pandemia, no entanto, ela não se limita àquele período. Lembrando que, os problemas que foram enaltecidos, digamos assim, pela pandemia eles já existiam. Eles só ficaram ainda mais evidentes.

Locutor: Um dos problemas que precede a pandemia é a falta de infraestrutura. Outro é a queda de 28% no total de matrículas para cursos técnicos-profissionalizantes, de 18 mil em 2014 para pouco mais de 12.900 em 2021.

O relator do processo que analisou os resultados da auditoria, conselheiro César Filomeno Fontes, cobrou dos gestores públicos, ações para proporcionar mais acesso aos cursos técnicos profissionalizantes.

(Sonora César Filomeno Fontes)
Antigamente tinha as escolas de comércio onde o cidadão se formava o contador de nível médio, se formava administrador de nível médio. Essa mentalidade tem que ser realmente absorvida pelos nossos administradores, quer seja municipal, estadual ou em nível federal, no sentido de que a gente valorize mais o ensino de nível médio técnico, porque leva a pessoa alguma coisa. Eu acho muito importante que realmente a gente foque e o nossos governantes, passem a olhar com bons olhos o ensino profissionalizante.

Locutor: De acordo com o estudo da DAE, a expansão da educação profissional técnica de nível médio é um dos caminhos para reduzir a fuga de adolescentes da escola. Na mesma linha, o conselheiro Luiz Eduardo Cherem, defende que o Estado crie vagas de tecnólogo em parceria com as universidades.

(Sonora Luiz Eduardo Cherem)
Esse estudo, que foi feito pela DAE, exprime uma realidade brasileira muito forte. O nosso jovem está desencantado com o ensino médio e nós estamos vivendo uma disrupção tecnológica tão rápida que, se o jovem não se adaptar rapidamente, e acho que o ensino médio pode proporcionar a ele isso, a profissão de tecnólogo não é nem de técnico, é tecnólogo já com a própria universidade. Fará com que esse jovem tenha, pelo menos a vontade de ficar numa sala de aula, que ele sabe que vai ter uma profissão que lhe dará uma subsistência mínima com dignidade.

Locutor: Já o conselheiro-substituto Gerson dos Santos Sicca, lamentou a queda na ocupação de cursos técnicos profissionalizantes em Santa Catarina.

(Sonora Gerson Sicca)
Essa queda de 28% de vagas na educação técnica profissionalizante é uma tragédia para Santa Catarina. Acho que nós precisamos ter uma educação técnica profissionalizante, que seja de fato boa para o jovem e boa para o mercado de trabalho como um todo. A grande alternativa para que o ensino médio se torne mais atrativo mesmo para o jovem, é que ele consiga enxergar o ensino médio com uma grande possibilidade de ele entrar no mercado de trabalho para obter uma renda digna e que possa até evoluir nos seus estudos futuramente.

VINHETA TCE INFORMOU

Tempo: 04’53”

Autor
Agência TCE/SC
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